Muitos trabalhavam com os pais no descarnamento de bois e curtimento de couro sem nenhum equipamento de proteção, pisando descalços sobre o sangue derramado no chão, com uma faca na cintura. Algumas crianças e jovens atuavam na limpeza das tripas dos animais mortos, retirando as fezes, como na foto abaixo.
Um adolescente de 17 anos afirmou aos fiscais que bebia sangue dos bois para matar a sede. Outra menina, de 15 anos, que retirava fezes das tripas disse que recebia em produtos para levar para casa. “Em alguns casos, o pagamento é em comida que você dá normalmente para o cachorro”, afirmou Marinalva Cardoso Dantas, coordenadora das ações de fiscalização. Na foto abaixo, criança pisa em couro de boi no processo de curtimento.
Os pecuaristas vendiam os bois a marchands, que os abatiam em matadouros das prefeituras municipais. Estes usavam os serviços de trabalhadores da cidade, entre eles crianças, para processar a carne.
As instalações dos matadouros estavam em situação precária, sem higiene, colocando em risco a saúde do trabalhador. Os produtos oriundos dali eram colocados à venda nas cidades, colocando em risco também a população.
Ao ver a chegada da fiscalização, muitas crianças correram, o que impossibilitou a autuação de responsáveis. Auditores fiscais acreditam que parte delas está inscrita no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil e fugiram para que os pais não fossem responsabilizados por trazer os filhos para trabalhar. Pais se recusaram a dar informações para a fiscalização e alguns foram agressivos ao serem informados que ninguém com menos de 18 anos poderia estar naquele tipo de serviço insalubre.
As fotos foram tiradas pela fiscalização.A Repórter Brasil vai soltar uma matéria em breve com mais informações e imagens que puxarei para cá.enviada por Sakamoto.
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